terça-feira, 16 de dezembro de 2008
Linhas Imaginárias
Não sei como surgiu, mas aquela angustia de sempre me repeliu. Parei agora para perceber que só existe uma linha reta entre a vida e morte. Mas, que dentro desse percurso estamos como uma viagem de carro ou de ônibus. Algumas paradas, que algumas vezes demoram mais tempo que o esperado. Paradas que geram novas conexões, frutos, desalentos. Haverá alguns desvios, cursos que tomamos inesperadamente, que prolongaram o curso, mas isso nos trará novas experiências, onde tornaram nossa viagem agradável, pois poderá ser cheia de surpresas, realizações, tudo que nós desejamos, e que fizemos por nós mesmos, para que durante toda a linha de nossa vida fique marcado cada momento e cada parada. Em alguns momentos não aceitaremos e tentaremos adiantar a chegada, às vezes porque não conscientes da “linha traçada”. Porque isso? Porque pensar assim na vida? Hoje no meio da semana uma tarde que deveria ser produtiva e porque busco em mim uma resposta? Entre esses rompantes, cujo, penso que deva existir em todas as pessoas, mas que por sua falta de percepção com a vida nunca se perguntaram: Eu faço diferença nesse plano? Eu fiz algo que é bom pra mim ou pro outro? Eu já amei realmente alguém? E isso realmente acontece, porque se morre se passa por essa vida como folhas de outono, que ficam amarelas caem e dão espaços para outras nascerem verdes e belas, e só foram importantes por uma estação. Parei para pensar isso porque não vejo um sentido singular na vida - de viver debaixo das ordens de patrões meticulosos, e pessoas que passam pela vida investidas em seu “mundo cinza”. E o engraçado é que quando falamos em cores é que percebemos a falta de um olhar virginal nas pessoas. Todos acham que no mundo essa explosão de cores e formas é normal, mas é nesse ponto que onde o cinza mora. O mundo só se torna uma multiplicidade de cores quando achamos as cores dentro de nós. E não adianta HDMI ou outras tecnologias, que mostraram cores nítidas para os olhos, se nossa alma e consciência não andam de mãos dadas para uma vida intensa e pura. Por isso que parei para perguntar e pra olhar fixamente essa linha que eu traço a trinta e um anos. Concluo que não podemos passar despercebidos pelas paradas e pelos desvios. Devemos deixar de nós como fala na musica, cantada por Adriana Calcanhoto: “não buscaria conforto, não juntaria dinheiro, uma amor em cada porto...”. Sendo que no final da linha seria belo nosso partir, sem nada por acabar, mas por interior o amor deixar.
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