sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

O MESTRE AMIGO

Hoje aprendi as leis
Tudo muito positivo
Mas nos olhos do mestre vi esperança
Em silêncio o mestre dizia
Seja a balança, mas não vende os olhos
E tudo ficou mais cristalino
As leis pulsaram vida
E a norma passou a não ser mais posta
Passou a ser companheira de valor inestimável
E olhos do mestre mais uma vez falaram
Neles o valor da vida, de ser humano
E agora não era mais só um mestre
Era um Mestre Amigo

ps.: Minha homenagem a tantos mestres, mas em especial a Isabel Freitas

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

O que eu não sou

Diga você quem sou
E que diferença isso faz?
Não sou nenhum tipo homogêneo
Mas não tão diferente de você
Não tenho os mesmos sonhos e medos
Apenas meus pesadelos são iguais aos seus
Mas mudo a cada alvorecer
Vivo a intensidade do sim
Não padeço aos encantos do não
Obstinadamente tento alcançar o profundo da alma
Olho através da vida a estrada longe de ti
Sou tudo que espero de mim
E não sou espelho para você
Não sou duvida, nem certeza
Não sou meios, nem fins
Não sou apenas corpo ou mente
Mas sou parceiro do tempo
Eterno amante da vida
“Sou cronópio”

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

A MUSA



Eu não sei o que seria de mim sem sua presença
Nem sei se eu seria presente em algum lugar
Sei apenas que o universo conspirou
Em meus sonhos tua imagem já existia
E nesse plano tudo se transformou ao encontrar teu olhar
Foram choques
Foram luzes
Não foi nada disso

Foi você
Bela
Branca
Cálida
Ana
E agora suspiro e não consigo se quer deixar de ti escrever
Poemas, versos, canções
Tudo entrelaçado, conectado
Um emaranhado de laços
Laços que não se desfazem
E agora sou matreiro
Sou menino

Sou seu súdito.

sábado, 21 de novembro de 2009

Conexão...

Laços são fios que conectam almas
Conectam a pureza no homem
Desarmam, derrubam armaduras
Nos deixa livres do medo do outro
Faz-nos crer que na beleza do olhar
E tudo fica furta cor
Porque os laços nos entregam a vida
Permite-nos amar sem nada pedir
Mas espera a troca múltipla e única
Fortificando a teia de sua conexão

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Encontar e perder

Queria encontrar em você toda razão do meu ser

Queria perder em você, tudo que nunca quis de mim

Encontrar-me e perder-se

Na verdade nem achar nem perder

Simples ficar parado a tua espera

Livra-me de minhas mascaras

Olhar no teu olhar

Vesti-me de teu corpo

Despi-me do medo

Amar-te até o por do sol

Fazer com que as ondas batam em meus pés

Liberta-me da ultimas noites que passará sem ti

E agora morrer de amor

E não pensar que você se fora

E que esse sol um dia foi frio

E ressuscitar nos braços que só deveriam ser meus

terça-feira, 20 de outubro de 2009

O silêncio do som

Em meio ao silêncio surgiu você
Silêncio que se quebrou sem voz
Silêncio que marcou pela troca
Silêncio que não deveria acabar

Logo surgiu o som
Som que multiplicou o querer
Som que fez promessas de ser eterno
Som em meio aos suspiros e sorrisos
Som que não nos deixou partir

Mas agora é o som que prolatou mentiras
Som que confundiu o sentimento
Som que mudou o momento
Som de dor, que criou o muro
As lamurias mostrou o medo
Som que de tão exaltado ensurdeceu o coração

E surdos voltamos ao silêncio
Agora um silêncio de angustias
Silêncio sem respostas ou promessas
Silêncio da solidão
Fundiu, quebrou, arrebatou
Um silêncio, uma surdez, um desencontro.

Julgado coração

Iniciei minhas ações sem temer as sanções
E tudo virou um processo’
Brinquei com o coração
Recebi minha sentença
Sucumbi
Apelei em todos os graus
Embarguei todos os seus motivos
E tudo foi improcedente
Recorri a nós
E tudo transitou
Julgado foi o amor
Executado foi à perda
E preso estou na solidão

domingo, 18 de outubro de 2009

Calidoscópio



Mudei a imagem,
Transformei-a todas em formas diferentes.
Parei de pensar.
Parei de ser o mesmo.
Em formas únicas multipliquei-me
Em mil o ser, que busca mil formas de você
Em mil a intensidade, que busca o mais fundo de você
Em mil o sentir, que paralisa a cada poro teu conectado em mim
E morro, pois só a morte para parar o tempo
E entorpeço na tentativa que nunca termine
Por fim, sempre diferente
Cores que nunca se repetem.
Serei sempre um calidoscópio, um êxtase
Serei a busca eterna por você
Busca eterna na felicidade única de cada encontro
E serei infinito no querer te amar.
O peso das escolhas só torna-se realmente relevantes no momento cume. Um beco sem saída. E por onde passar?
Esse momento é onde se decide tudo. Não tem como regressar as palavras ditas, nem esquecer o que foi feito. Um vazio de idéias. Como agir? Seguir em frente no caminho de volta, e não magoar mais do que já foi magoado?
Em alguns momentos o ponto de partida poderá ser o instante em se reorganizar a vida. Seguir outros rumos, e tentar não cometer os mesmos erros.
Tudo agora é dicotômico, duas partes que se interagem, transpassam entre si, para o equilíbrio natural. Verter e inverter, inventar e reinventar. Criar através do que já foi vivido, um novo momento, sem temer, sem recorrer ao lado obscuro de tudo.
Assim, momento de balancear, mesurar, dividir a vida, entre a responsabilidade de não fugir do racional, mas buscar da vida todas as cores que ele tem para mostrar.
Agora ser “cronópio”.

Promessas apenas

Quebra-se o jarro guardado.
Partem-se tudo em pedaços.
Abrem-se as feridas.
Agora não se tem nada mais.
Apenas o vazio das coisas ditas.
E quebrou o laço,
Quebrou a esperança.
E agora para onde foram tudo que fora dito.
Para onde fora tudo que esperávamos de nós.
O jarro quebrou, promessas.

Amanhecer

Assim fragmentar o amanhecer
fazê-lo durar o tempo necessário.
Ficar vivo.
Tremular a vida, para não ter dêmonios.
E fazer que você seja o anjo do meu dia.

sábado, 10 de outubro de 2009

Nossos sons

Todos os sons remetem a você
E o que fazer?
Curtir o som
Virar êxtase entre as batidas
Batidas do coração que lembra sua pulsão
Batidas do tambor que vibram no corpo
Mentalizar você
Exorcizar a solidão
Conectar-se na balada
Dançar com a melodia e abraçar você
E agora voar nas asas daquele sonho
E ser sempre você eu e nossos sons

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

O mal do bem que você me faz

Não deveria te buscar
Nem se quer tentar morar no seu coração
Não deveria mais estar perto
Pois, por mais que estejamos juntos a distancia se faz visível
E o bem de estar perto se torna sufocante
E falta o ar, falta o chão
Faltam aqueles olhos que me fascinaram
Falta a luz do sol em seu sorriso
Faltam aquelas assas que se abriram por mim
Tento não ver, e cegar o coração
Preencher apenas meus instantes de sentir-me bem ao seu lado
Mas nem o orgasmo que soa de seus ser me pertence
Nem as gotas que pingaram em mim se fazem presentes
E não tenho como fugir, a não ser te amar em braile
Em outra língua que só eu entenda
E mais uma vez vestir a mascara de sermos apenas amigos
E penso que para não morrer é melhor viver com doses homeopáticas de você

Tudo não passou de mentiras

O vento batia timidamente. Longe eu ainda continuava a pensar. E voltei a fitar-me em você. Tudo que aconteceu, os enlaces, os quais nos envolveram. Tantas promessas, todas descumpridas por você e por mim.
Mas na verdade o que veio átona foram todas as peças do quebra-cabeça que eu juntei. Tudo que você me disse, todas as ações. E mais uma vez, aquela dor rasgou meu peito.
Inconformado, rebusquei os fatos e procurei, nas escuras, o verdadeiro sentido de sua distancia. O porquê de não ter mais respostas, nenhuma ligação, nenhuma mensagem.
O medo, a falsa moral, venceu o belo. Mais uma vez a mentira se fez presente, e tudo ficou perdido. Um buraco, minhas ações todas em vão, mal interpretadas.
O meu sangue foi só deleite de meros momentos, o alimento passou apenas por mero sassiamento.
É uma pena, levarei eternamente, o seu sabor. Nem nada nem ninguém poderá apagar da minha moribunda natureza, seu ser, que encharcou meu ser e esquentou minha pele.
Mas, ainda, te perdoou. Sei que não é fácil entregar-se a eternidade de aqui. E mais uma vez fiquei só!
Nada me basta. Penso que a intensidade da vida eterna, deixa essas infantis almas amendontradas. Nem minha beleza encanta, porque o inesperado assusta.

O amor é raro

Dias se passaram e com eles meus sentimentos continuam sendo uma gota em detrimento a imensidão do oceano. Meio piegas, mas fazer o quê?

Muita coisa não mudou em minha viajem a minha “reserva selvagem”. Agora a certeza de que não havia amor, tornou-se meu descontento. Por que, também, nesse instante me acorrento no momento em que deveria estar livre?

E então? Não sei... Deixo-me levar pelo costume ou pela divida, essa que minha genealogia me condena. Acredito que pela divida devo me livrar só quando pago o débito. E isso vai demorar. Não sei se vou suportar.

Apenas sei que não há amor real, só há obrigação (dependência). E tudo ficará doloroso, não só para o escravo, para o senhoril, porque nunca terá de seu escravo a fidelidade.

E agora? O amor tornou-se raro, e aquele que passara ter será apenas vidro e não rubi, como eu pensava. O rubro era apenas a ilusão para os olhos.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Siga em frente

Fazer, recriar, repensar e não desistir
Curar lamuria metamorfosear tristezas
Esquecer as decepções, repaginar a vida
E em folhas brancas escrever o novo
E nunca deixar de referenciar tudo que passou
Exemplos são ensinamentos

Tudo passou as alegrias e as tristezas
Mas tudo é cíclico, é uma como um balanço na praça
Vai e vem de conexões, de alegrias e de lagrimas
E nunca desistir de balançar.
No fim da sobre saltos, e cair não importa como

Seguir em frente dado a qualquer circunstância
Sempre um sorriso estará lá
Sorriso daquele que torce por você e por mim
De mão abertas para dizer muito bem
Siga em frente.

Viva a vida, medo é um mero momento
Seja único, seja verdadeiro, isso não pode faltar!
Seja presente, seja paciente, seja sempre você
Não deixe de tentar o novo
“Afasta a tristeza porque sempre temos coisas boas para perceber.
Bote uma peneira no teu olhar”

E agora ouça o mar, e cante com ele
Contemple a lua, seja seu namorado
Abrace a brisa, deixa-ser acariciar
Ame acima de tudo você mesmo
Assim tudo de molda a cada instante

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Vida...

Comemorar a vida,
E nela deitar a alma.
Comemorar o nascer,
E dele levar o bom de tudo.
Festejar as primaveras,
E delas sentir o perfume.
E não se esquecer de amar,
E não esquecer a vida.
E não deixar de sorrir.

Abundância, extremo, descabido.
Vida, vida e mais vida.
Vida a fora, vida que grita de dentro pra fora.
Pureza, simplicidade e ousadia.
Beleza leve, amor inteiro e pés ávidos por caminhar.

Leonardo Aprigio
Wellington Pereira

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Crítica ao rebanho humano

Meus pensamentos nesse momento tornaram-se angustias, e minhas palavras armam contra mim mesmo. Queria não ter nome. E porque não tê-lo? Meus caracteres como pessoais se tornaram em vão. Para quê um sorriso largo, cabelos desgrenhados, pele parda e olhos castanhos? Se agora nesse momento nem minhas vontades moram mais em mim.

Despi-me de tudo que era normal, comum, moral. Vi as coisas passando e deixei chegar ao cume da minha incredibilidade, sobre tudo que vivera até agora. Penso que agora ando sobrenatural entre homens. Homens que vivem em seus casulos com medo de serem livres. Correntes que os prendem em sua mortalidade patética. Seres acostumados a um mudo cinza, sem vida, sem verdades. Vivemos em uma grande mentira, onde todos devemos nos arrebanhar a moral do medo.

E sinto agora, nesse quarto que passa ser minha nova moradia, o vento que sopra sobre mim. Passo o tempo todo lembrando e remoendo todas as decisões que eu tomará. Estranho é saber que você, talvez, não esteja lá. Mas não me atenho assim, porque sempre fiz tudo que eu desejei, e muitas estão inclusos nele, até você. Derrubar esse seu medo seria parte de tudo que desdobraria todos os nós. Queria que nesse momento ele não existisse para que pudéssemos, passar o momento da mortalidade. Imunizar a seria a chave, onde ser livre entrelaçasse a todos.

Isso é que está incomodando, porque laços são feitos de forma metafísica, e tudo que nos é permito compreender, é que devemos ficar virados para nossas sombras, e em todos os momentos nos é mostrado isso, como um açoite – você não pode de se afastar “do certo”, pois se não você sofrerá na pele todos os chicotadas sociais. E para mim agora, é inaceitável, qualquer fonte de poder opressivo contar a LIBERDADE.

Não nos façamos tolos diante aos tiranos de nossas vidas. Penso que devemos caminhar em uma via de mão dupla, mas não devemos ultrapassar o limite que permita que o outro lhe veja como humano e não como mais um arrebanhado. Liberdade não é irresponsabilidade, é saber que o certo não está no pensamento do outro, mas no que realmente lhe importa, o que realmente você fará de sua vida, que histórias teremos a contar, deixar de nos frustrarmos perante tudo que deixamos de viver.

sábado, 19 de setembro de 2009

Tic-Tac


Imagino o momento em que tudo para
Mas o tic-tac ainda continua e o ponteiro não anda
Percebo então que o tic-tac é meu coração
Batendo descompensado, sem noção
O norte se foi, e agora?
Tic-tac em busca do caminho
Tic-tac quase sem vida
Sustos, choques, mas tudo em vão
Tic-tac, nenhuma luz, nenhum túnel a vista
E o que será de mim, sem saber se você vai voltar
E o que fazer pra reanimar, voltar a um ziriguidum
Tento não parar, não pensar
Talvez sem teus braços por tempo indeterminado
Tudo volte ao normal e deixe de ser tic-tac
E bate o medo a incerteza
E sou apenas uma alma sem um corpo pra morar
Tic-tac, caminho que não chega
Tic-tac, estupido coração
Entregue a falsa esperança
Vencido pelo medo do outro
Que se foi dizendo que queria ficar
Mentiras, pois foi sem avisar
Tic-tac quase sem vida
Tic-tac tic-tac

domingo, 13 de setembro de 2009

Nascidos

Não nasci pra ser seu
Nem para ser de ninguém
Nasci para ser livre
Entrar em você
Sair no mundo
Mas sei que nasci pra alguém
Não sei como, nem onde
Vivi terror
Passo pelo amor
Sou livre sou cronópio.

Livre, leve, sopesar, emergir entranhas,
Sucumbir à realidade desejada
Compromisso, deslizes, atalhos
Interessar-me pelo seu ócio sempre.

Nasci para ser seu
Nasci pra ser meu
Se o mundo não me é mais agradável Isso significa que me aprisiona?
A liberdade ganhei quando sai do centro para nascer?

Nasci para ser feliz
Nasci para viver
A procura da felicidade dentro do meu ser
Mas somos almas
Compromisso de ser únicos
E assim, somos nascentes
Água que brota que vai pro mar
Gotas de seres, gotas livres

Autores:
Leonardo Aprigio (mole)
Raissa Forte
Vanessa Cunha
Wellington Pereira

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Vanessa de Milo


Não sabia que Vanessa era Vênus

Nem que Vênus vivia entre nós

É beleza de menina

Mulher de pintas marcantes

Menina de olhos azuis, quase anil que hipnotizam

Delírio de beleza, posta em uma concha

Cobertas com cabelos dourados, entrelaçando sonhos de verão

Não sei de onde nasceu

Mas de um sopro límpido

Trouxe branca pele

E agora semeia suspiros em brutos e poetas

Quem me dera fosse Vulcano ou Marte

Pois certo estaria que sempre perto de Vênus estaria.

PARAISOS ARTIFICIAIS

O homem quis sonhar,
o sonho governará o homem,
mas esse sonho será filho de seu pai.

O ocioso procurou introduzir artificialmente o sobrenatural na sua vida e no seu pensamento,
mas, apesar de tudo, e não obstante a energia acidental das suas sensações,
é apenas o mesmo homem aumentado,
o mesmo número elevado a altíssima potência.

É subjugado, mas por sua infelicidade,
é subjugado por si mesmo.

“QUIS SER ANJO, TORNOU-SE ANIMAL”.

Momentaneamente poderosíssimo,
se é que se pode chamar poderosa a uma sensibilidade excessiva,
sem governo que a modere ou aproveite.
Morfeu Medeiros
09/09/2009

terça-feira, 8 de setembro de 2009



"Todo conformismo é confortável, passivo e sempre pouco
criativo. Mas as ousadias são incômodas e, quando tecidas com
talento, prazerosas. (...) Os fios da arte, os mistérios de Ariadne
estavam todos lá, em labirintos de silêncio. Só quem não se
incomodou foi que deixou de perceber".

Tércia Montenegro

sábado, 5 de setembro de 2009

Devaneio

É impossível passar o tempo sem que você esteja nos ponteiros
É impossível esperar morrer sem segurar sua mão
É impossível escrever sem você pra ser a expiração de cada frase
É impossível não sentir a angustia de ficar longe
É impossível esperar seu momento
É impossível não ser presente

E que faço agora com tantas impossilibidade?
Espero que tudo seja possível
Espero que o medo vá imbora
Espero que fiquemos a sós
Espero que você sinta o desejo irrefreável
Esperar o que?

É possível quebrar barreiras
É possível multiplicar o querer
E nele viver a poligamia do estar perto
É possível a entrega sem a culpa e nem a cobrança
De ter que se estar sempre ali
Apesar que sempre estarei ali
Na quela escuridão onde só você ver minha alma

E agora não há mais espera
Esperar o que de mim e de você?
Esperar apenas que tudo tenha a mesma magia
Magia da entrega sem a moral
Moral que já não existe.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Medo

Medo presente
Medo parceiro de nossa empreitada
Medo que nos persegue todos os instantes
Medo que guia nossos passos
Como uma mãe que guia um filho que acabará de aprender a andar
Como uma guia de cão que não o deixa ir além
E não nos deixa viver.

Medo que cega
Medo que não nos deixa olhar
Medo que não nos deixar perceber
Medo que nos venda da verdade
Mas tudo se finda quando falta a verdade
Essa que é mais forte e brava
Duradoura por ser verdade
Verdade que liberta
Verdade que ama.

Não nos deixemos escravizar
Pois o medo é arma da falsa moral
O medo são nossos próprios preconceitos
De não aceitarmos que somos iguais, e capazes
Vençamos o medo
Deixemos as portas abertas para a vida.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

INCERTO

Incertezas transem consigo duvidas
Não sei por onde começar
Nasce um vazio diante a dor
Não doe, mas angustia

Porra de não se apegar
Medo pro inferno

Fica decretada a liberdade
Fica decretado meus desejos
Fica decretado você
Fica decretado que estou na esquina
Como disse o poeta “sem pai nem mãe”
De peito aberto, esperando tiros de seus olhares

Porra de não se apegar
Medo pro inferno

Fica perto
Não vai pra longe
Não diz que não
Não fecha os punhos
Não me fuzila com olhos
Não menti dizendo que não quer
Não vai doer

Porra de não se apegar
Medo pro inferno

Então me mata, mas primeiro me ama
Então deixa minha cama, mas não deixa meus dias
Então finge que não é contigo, mas fica comigo
E então me beija

Porra de não se apegar
Medo pro inferno

E agora quero tudo e nada
Quero matar a vontade
Quero não entender
Quero que compreendas,
E que não esqueças
Que antes de tudo, somos mais que isso

E espero que o medo esse vá pro inferno mesmo
Mas se apegar que seja ou não seja.

"Habitar os porquês"

Acabei de ler um poema de Joana: Para habitar um lugar profundo. E fragmentos dos momentos que passo, me faz compreender profundamente esse “habitar os porquês”. Sinto-me perdido. Um vazio. Os porquês estão me deixando apreensivo. O cruel porque me faz pensar o porquê, em meio das fugas, de te ter encontrado. E quero que seja pra sempre, a metade que eu buscava. Contudo, a dúvida de quem eu deveria ser e com quem deveria estar se foram. No entanto, os porquês que sempre existiram abriram minha mente para que a vida que eu levava era um engano. Acredito agora que está sozinho seria a melhor escolha. Uma vida livre com apenas um compromisso. Mas não será a mesma vida, porque faltará você. E que diferença isso faz? Meus medos. E tudo volta átona. Seria mais fácil saber que você estará sempre lá. Mesmo depois da meia noite, das noitadas, depois do nada. E agora? O que fazer? Por quê? Para quê? Pra onde? Mas não deixarei de habitar os porquês. Neles encontrarei as eternas duvidas e minhas respostas.

domingo, 23 de agosto de 2009

A DANÇA

“Dançava assim… cumpureza d’alma”
E a musica tocava, como se tocasse a alma
E eram dois, mas parecíamos três
E aquela dança que, mas parecia envolver almas,
Conectou-nos em um espaço único
Eles dançavam como se só existisse o som
A perfeição do balanço e a melodia
Faziam seus corpos um só
Uma sincronia quase que divina
Uma beleza pura e quase sexual
Corpos perfeitos
Uma musica que hipnotizava
Um momento inexistente em meios a meros mortais
Mas tudo foi único, puro gozo.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Dos três mal amados

O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato
O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço
O amor comeu meus cartões de visita, o amor veio e comeu todos os papeis onde eu escrevera meu nome
O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas
O amor comeu metros e metros de gravatas
O amor comeu a medida de meus ternos, o numero dos meus sapatos, o tamanho de meus chapéus
O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos
O amor comeu minha paz e minha guerra, meu dia e minha noite, meu inverno e meu verão
Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte

Cordel de Fogo Encantado
João Cabral de Melo Neto

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

“O amor é um raro florescimento, ele unicamente pode florescer
quando não há medo. Se estamos cheios de medo, não existe
espaço em nosso corpo para o amor.” (WARAT, 2004, p.129)



Não fazia idéia, até aquele momento, que eu estava caminhando uma trilha da dependência. Pensava que tudo estava bem. Eu era, até aquele instante, o modelo de marido, trabalhador, o ser social comum.
Mas algo estava acontecendo, algo que é difícil explicar. Vivemos em nossas periferias, como afirma Warat. Então, estamos armados até pra nós mesmos. Cegos da verdade.
Não acreditava em coisas impossíveis de tocar. E tudo isso é realmente estranho, porque até então, a verdade se tornou uma inimiga. E Warat tem razão, quando você se liberta é doloroso. Não que minhas verdades não sejam convictas, ou que sejam pseudo-verdades, mas na realidade é que podemos vivê-la sem as correntes que nos trancam em nossas periferias.
Nesse momento o que arde em você, não é só a descoberta, mas é saber que dentro de você existe uma “reserva selvagem” e que não foi descoberta. E tudo aquilo que você achava que seria amor é apenas a dependência, é a genealogia da moral intitulada e tatuada em você, mas que também é um trasfer, que vai passar de gerações em gerações.
Eu falo em nosso modelo de criação. Não fomos postos à prova e nem se quer ensinados pelo amor. Warat diz que quando “orientados até o medo estamos sempre calculando, planejando, tentado fazer acordos...” (2004, p.129). E nesses acordos percebo o modelo social. Nietzsche fala, também, nessa castração. O medo é a principal arma de dominação.
E o que faço agora? Agora sinto que estou na cruz, dolorosa. Na Bíblia tem uma passagem que diz: “A verdade vos libertará.” Mas para que eu me liberte é preciso a dor, é preciso que eu morra na cruz de minhas incerteza?
Penso, exatamente agora, que você que está lendo esse texto, deve está se perguntado por que eu escrevo isso? Que tipo de loucura eu me pus? Digo que em nada. Mas hoje não vejo sentido em ser um ser igual a todos: calcular, planejar, fazer acordos.
Nesse momento, após minha leitura, percebo mais e mais que o corpo não habita em conjunto com a alma, que pra mim é a reserva selvagem. E quando a alma toma o lugar do corpo ela se torna inconseqüente. Procurar outras estradas, outras reservas selvagens.
É complicado. Mas prometo que tentaria explicar em um outro momento. Agora fica ai o enigma. Espero que quando eu voltar, volte com outras respostas ou com outros questionamentos, ou então que vocês estejam conectadas ao meu pensamento e caminhem comigo nessa busca.


Referências:
NIETZSCHE, F. Genealogia da moral. São Paulo: Cia. das Letras, 1998.
WARAT, Luis Alberto. Territórios desconhecidos: A ciência jurídica e seus dois maridos. Florianópolis: Fundação Boiteux, 2004.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Desejos

Beco sem saída, estrada sem volta.
Só sinto a vontade de estar com você,
Inquieto, padeço em desejos incertos.
Perto estou à beira da loucura, querendo pular em você.
Querendo sentir você profundo e intenso,
Deitar você e sugar até o ultimo suspiro.
Fico em voltas com minha seriedade,
Mas bate o irrefreável desejo,
Esse que me põe sobre você em sorrisos misteriosos,
Suspiros cheios de vontade, olhares pedintes.
E finges não perceber que dentro de nós pode explodir
A mesma vontade latente, crescente, mestiça
A mesma vontade insasiável, cruel e inesgotável
E não sei mas de mim.
Só sei do gosto dominante
Da boca crua, nua e linda
Das pernas que me predem
Uma vontade de ser feliz
Uma vontade de ser presente
Como um menino, um libertino

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Som e fúria



Parado no silencio ouço o batuque
Sinto o brilho em meio a escuridão
Com mais fúria explode do som um calor
E como um cordão de fogo, sinto o encanto

A música domina meu ser
E como um corpo, se entrelaça sobre mim
Beija minha boca e não deixa meu corpo parar
E por um minuto fico anestesiado em meio à bobeira
E com um novo choque as batidas se tornam mais fortes

E agora sinto que somos um
Um som que pulsa, um fogo que queima
Um desejo descontrolado
E sinto que agora pulso no ritmo do tambor
Navego, entro e saiu entre a língua que canta
E sinto o toque das cordas que nos conectam
E agora não sou apenas um, sou musica

Musica que treme descompassada
Batidas que se aceleram e vibram
Seguindo o compasso de um vai e vem
Desenfreado mas ao mesmo tempo rítmico
Seguindo a intensidade que para ao sopro do êxtase final

imagem: souzacampus.wordpress.com acesso em 10/08/2009

terça-feira, 28 de julho de 2009

Fardo

Escravo de mim mesmo
Tornei-me ser de pele fria.
Sem ação, Sem coração
Onde os fluídos que correm em mim
Não passam de rubro temor,
Não passam de um rubro vergonhoso
Patético por não querer ser mais de mil cores.
Fluido agonizante rastejando de norte a sul sem furor
Em exaltado desespero, me vejo preso as correntes.
Então porque ter nome e sobrenome
Se apenas sou mais um
Um infeliz de pai e mãe
Que acreditou no seu algoz,
Fez-se vítima da ignorância e dos ardis.
Sou apenas mãos, guiadas para só dizer sim
Interpostas nos chão, para apenas sentir o açoite.
Descalço, para que não possa dar paços maiores.
Descalço, para que não possa saltar sem sentir espinhos.
Livra-te macambúzio dos fardos
Lembra-te de que outros sofreram
E que tu não precisas mais da cruz
A única cruz que deves carregar e da libertação
E com ela a vontade de viver, sonhar, correr.
Correr entre praias e ver o sol ficar entre amarelos e vermelhos
E depois ver no fundo do crepúsculo cada pedaço que brilha
Como um sorriso cintilante, brindando a liberdade.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Sem Você

Hoje bateu aquela saudade cruel
Saudade em meio uma dor de alegria
Saudade do pequeno grande príncipe
Sabia que tu não estarias mais aqui
E lembrei-me de teus olhos, como da luz do sol
Da esperança eterna e do calor

Mas nem assim a saudade se foi
A lágrima tenta correr, mas pra que correr
Se tua pressa foi quem te levou
Como numa calda de estrela, num instante
Saudade cruel, rapina, malvada

Mas a flor foi plantada em nosso mundo
Mas que não seria o mesmo sem você
Apenas um mundinho sem sentido.
E o amor que foi plantado formou raízes fortes
Regado com as lembranças de teus sorrisos
Regado com os abraços de pai, de irmão, de vida

O choro agora não para
Saudade cruel, maqueavélica
Dor que se acalma, mas não acaba
Saudade bandida.

ps.: a tempos não escrevi mas não suportei a angustia de lembrar de você Pai Mauricio, te amo paizão...

terça-feira, 21 de julho de 2009

sem titulo

"Amor é um bem que pode ser dividido em milhões de partes e doado às pessoas sem medo de exaurir-se. Quando mais o dermos, mais o receberemos, numa progressão geométrica infinita."
Inácio Dantas

domingo, 28 de junho de 2009

Sonhar é humano...


Muitas vezes as pessoas sonham acordadas. Normal. Esse que seria: o pensar com ar de sonhos, planos ou, como diria um amigo, objetivos para o futuro de nossas vidas. A verdade é: muitas vezes sonhamos coisas que não depende de nós ou que não estão ao alcance de nossa vontade ou esforços, mas sim das mil e uma características pessoais de outras... que sonham, muitas vezes, semelhante a nós, mas não na mesma sintonia, e nem por isso deixam de realizar sonhos. Nisso caberia um pouco as pessoas entender as diferenças de cada um e saber conviver com elas que são o diferencial entre as pessoas que sonham junto. Geralmente esperamos a perfeição, mas ela não vem porque os sonhos são feitos de seres humanos, os quais não são perfeitos, do contrario não teríamos motivos para sonhar, lógico, estamos sonhando. Por que você sonha em vez de viver de maneira à torna a vida perfeita como um sonho? A vida pode se torna um sonho, mas como todo sonho eles acabam ou acabarão e aí pergunto: qual seria o teu sonho: Riqueza, fama, poder ou grande amor?


Autor: Davi Farias


imagem: arkanumrevelado.blogspot.com

sábado, 25 de abril de 2009

Proibida pra mim

Não sei se paro, se ficou por aqui
Não sei se deixo as águas rolarem
Nao sei se faço algo, ou desapareço de vez
Isso me pertuba porque são como gotas
Martelam meu ser, mexem com minha razão

Não sei por quem eu chame
Não sei se te chame
Não sei mais nem quem sou eu
Isso me deixa confuso, porque te encontrei!?
Talvez isso seja assim mesmo
"Probida pra mim", mas proibido porquê?
Não sei se pode da certo, e porque não tentar?
Não sei... não sei... não sei!

E quem vai saber se não nós mesmo
Mas sei que você sabe, sabe que não sou imune
Sabe que um sorriso me prende
Sabe que um olhar me mata
E faz pouco, brinca, mas quem sabe me beije.

Não sei se vou suportar
Não sei se ainda quero
Mas sei que não resisto
E te espero numa esquina, numa igreja
Como idiota aqui me entrego a cruz
Cruz de realmente nunca de ter.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Correntes Sociais – Os muros da vida (parte 2)


Continuei parado, sem perceber que o tempo passava e que eu permanecia nas sombras de minhas dúvidas. Então, voltei para minha leitura. Quando terminei vi o quanto deixamos de produzir, para seguirmos normas que não são nossas, quadros de vida que não foram pintados por nós. Naquele momento não adiantaria muito pensar nisso, pois não teria como discorrer com alguém tal coisa de profundo e impactante pensamento. E me lembrei da metáfora da sombra, seria minha única saída de dialogar seria comigo e minha sombra. Mas isso não adiantou muito, pois as coisas ditas foram, talvez, as que eu quisesse escutar.
Deixei pra lá todas essas coisas que naquele momento não teriam respostas, não por serem absurdas, mas porque ninguém saberia me dizer por que o medo do novo trazia dores invisíveis ao corpo e alma.
Passados os dias reuni-me a uns amigos. Começamos a conversar sobre o livro e todos vislumbraram diversas opiniões. Foi quando, em poucas horas de conversa, um de nossos pares nos perguntou se: "realmente teríamos a necessidade de ficar fora das correntes sócias?" Pois, naquele momento para ele, pareciam idéias tão absurdas, por pensar que tínhamos liberdade de pensar e agir, e de desejarmos a vida - quando na verdade a palavras mágica para clarear minhas duvidas foi “o desejo do ter”. Será que ter é tão pulsante, quanto ser livre realmente? Será que dever amar seria, no total até de forma metafísica, menos importante que amar livremente? Dever... Ter... Dever?
Então percebi que vivemos em cima de muros. Em todos os momentos nos tornamos neutros sobre questões simples, tipo: Somos racistas? Somos a favor do quê? O que realmente pensamos sobre isto ou aquilo? Seríamos capazes de quebrar essas correntes? Entretanto, essa moldura social em que fomos inseridos reprime nossos pensamentos e nos faz desistir de sermos ‘cronópios’, de viver livres e desprovidos de “manias”. Passamos a ser ‘famas’, vivemos escondidos por trás das cores cinza desse universo.
Assim, percebi que seria difícil lhe dá com esse tipo de posicionamento. Matrix. Módulos engessados são quebráveis, mas isso não depende de forças externas, como disse Renato Russo em seu ultimo show no Rio de Janeiro - "depende de nós mesmos". E a partir do momento em que quisermos ser livres de fatos, deveremos estar prontos para sentir a dor e o peso, que vem no primeiro momento junto com a verdade. A sensação, talvez, seja a de uma emersão do profundo oceano, ou a volta súbita da luz após anos de escuridão, lembrando a caverna de Platão. Então, passaremos a pensar como a cenopoeta Laís Teixeira que disse: “Sou desejo, sou luz, sou poesia, sou palavras ao vento...Sou grito, sou a busca infinita...Por amor, por justiça...Sou cronópio!”


Imagem: A queda do muro de Berlim. - http://biotransitando.blogspot.com. acesso em 24/04/09

quinta-feira, 9 de abril de 2009

O encontro


Não encontramos nada nem ninguém igual.
Mas encontramos pessoas singulares
E tudo é questão de tempo,
Para se tornar verdadeiro e intenso.
As coisas passam, mas pessoas não.
E tudo é volátil, perecível, findo.
Mas você é especial, e marcou de vermelho sua chegada.
Mexeu com águas calmas e com minha alma.
Assim me perdi entre laços e embaraços.
E o tempo, ardil e calculista passou.
Mas ainda ficou sangue nas veias e água na boca.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Exuberante pós nada



Não vivemos sem respostas,
Não buscamos utópicas,
Nem se quer inventamos o presente.
Mas sentimos a dor que rasga nossa carne,
Dor do exuberante desejo de não termos procurado motivos.
E sentimos apenas um prazer passageiro
Por engolir, beber e fumar migalhas da verdade.
Mas continuamos escravos de nós mesmos
Desistimos da amplitude da vida
Por meros momentos alucinógenos.
Mascaramos-nos como drogados, nos enganando
Do vicio de uma vida que não é nossa.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Correntes Sociais – Matrix em alta



Ainda sentado lendo, veio sobre minha mente aquele espaço vazio que logo se ocuparia de algum pensamento que o conectava com algo ou alguém. Naquele instante o livro me reportou a um amigo. Ele tinha me falado há uns meses atrás que haveria terminado seu relacionamento de longa data pelo fato dela querer que ele se transformasse no que ela esperava. Assim, me reportei a Matrix, a um modelo de sociedade construído em forma de caixas. Lembrei-me também da musica Geração Coca-cola (Legião Urbana) e suas frases de efeito.

Essa lacuna de pensamento me fez perceber que as correntes as quais a sociedade nos impõe, são tão fortes quanto às de Andrômeda, mas que precisamos ser Perseu para quebrá-las. Mas muitas vezes por medo do novo nos deixamos acorrentar novamente, e como Warat fala em seu livro Territórios desconhecidos, estamos inclusos em nossa formação o modelo de infância, de pai, de casamento, todos construídos em nome do dever e da verdade. E meu amigo me mostrou que nada do que ele havia me dito fazia mais sentido – de que não seria moldado a padrões os quais ele não acredita, e mesmo assim, voltou a fazer de sua vida um dever ser. Talvez não tenha percebido, mas ele acabou se tornando mais um dentro do enlatado. De certa forma eu saberia que isso talvez acontecesse, pois ele me disse que não queria ser igual, mas foi criado de uma forma a qual ele não conseguiria transgredir todas as regras. Warat assim como Nietsche têm razão – “A castração como ideologia”.

Então questiono. Porque não nos libertamos dessa castração? Porque entre nós não existe um desejo verdadeiro, e sim uma moral instituída? Warat fala que a castração é, sobretudo, a poda dos desejos. Posso, assim, afirmar que tudo que me é posto não pode ser verdade, mas que o dever em mim consternado teria que ser tomado como tal. E porque temer ou novo, se tudo que é novo pode ser belo? Alguém uma vez me disse que nunca seriamos perfeitos, mas seriamos belos porque somos humanos. Esse seria meu desejo, não só para meu amigo, mas para vocês que estão lendo, sermos humanos. E nisso, está incluso o desejo, de ser feliz e não de voltar ao passado, e reviver o passado como um futuro promissor, por que no futuro não está incluso o que passou, mas sim novas experiências.
(Continua)

Referência: WARAT, Luiz Alberto. Territórios desconhecidos. 2004

Imagem:http://pt.wikipedia.org/wiki/Andr%C3%B4meda - acesso em 23/03/2009

terça-feira, 17 de março de 2009

Amigos ou figuras ilustrivas?

Muitas vezes nos tornamos incomodo quando passamos por fora do convencional. Deixamos de ser mais uma figura, que segue a mesma fila, para expormos nossa opinião própria, nossa visão. Até então, não tinha me dado conta que ser verdadeiro é como ser um prato de vidro que cai no chão – após o barulho vêm os estilhaços, de um inteiro que passou serem fragmentos de uma falsa verdade. Prova disso foi uma conversa informal, de mesa de bar com um parceiro, que afirmei: - Eu não tenho nenhum amigo em que possa confiar “nem para guardar dez centavos” (isso foi rude confesso).
No mesmo instante segurando o outro copo de bebida, ele numa baforada de álcool esbravejou: - Pois eu tenho alguns amigos do peito, amigão!.
Então o indaguei: - Para você o que é ser um amigo, é aquele que procura uma pessoa para ir beber por falta de companhia, ou aquele que convida para fazer a cabeça, ou aquele que convida você e sua namorada para saírem juntos, para que no mesmo tempo todos se deleitem da sua falta de caráter, despindo em sua imaginação “de amigão” da namorada do outro, entre o copo e outro de breja... Serão esses teus amigos?
E como uma flecha continuou minha indignação: - Penso que existem muitas pessoas candidatas a amigão, mas na verdade são companhias negativas, que na menor chance te apunhalaram, e o pior na tua frente, isso é ser um amigo?!
Em poucos instantes, ao terminar de por minha ironia para fora, veio-me uma lista de indivíduos que muitas vezes estavam na companhia dele. Percebi que encabeçava todos os tipos (amigo coxinha, amigo traiçoeiro, amigo de inimigo e até os invejosos). E foi isso que constatei, quando ele disse a lista de amigos que ele me esbravejou no puro álcool na insanidade de um sábio das ruas.
Mesmo percebido que tinha ido um pouco longe não tive como volta atrás e terminei dizendo pra ele: - Estes teus amigos são que nem sombras, só aparecem na luz, mas quando você está na escuridão, eles somem. Sei, será mais fácil encontrar chifre em cabeça de cavalo, que meu parceiro aceite minhas idéias, a não ser que um dia os amigões dele botem um par de chifres em sua cabeça de cavalo...
Penso que não deveria ter dito tais coisas, pois nem todo mundo esta preparado para dizer apenas que, talvez, estejamos errados. Contudo, prefiro ser a mosca na sopa a ser a sopa de todas as moscas...
Texto: Davi Farias

quarta-feira, 11 de março de 2009

Justiça Utópica

Em minha vã filosofia, criou poesias
E vejo cores de forma surreal,
Possibilidades de ver o ser desnudo da dúvida.
O amargo do talvez se transformar em mel que brota do sorriso,
Um clarão de afeto tornando os homens em iguais.

E cheio de direitos vão de encontro Atenas
Que cega, desvenda seus olhos e ver no homens a luz dos justos.
Entre cores de igualdade ela solta sua espada
Baixa seu escudo e os abraça
E de braços com a justiça tornam-se não apenas homens,
Mas uma teia de paz.

Wellington Pereira

Saudade...

quando acordares me dê um sorriso
posso não vê-lo, mas terei a certeza que alguém sorriu.
talvez o dia não seje o melhor,
mas pelo menos algém me desejou o melhor.
e tudo será mas fácil, assim não precisarei
duvidar que exista alguem que pensou em mim.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Amizade ou troca de interesse?

Como numa savana vivemos em meio a um ecossistema repleto de espécimes de amimais belo e ferozes: leões, veados, hipopótamos, chimpanzés, crocodilos, urubus carniceiros, cobras e principalmente as famigeradas hienas entre outros. E com isso trago nesse questionamento a comparação com nossa vida cotidiana. Será que “nossa savana” é menos justa que o reino dos animais e mais cruel, no quesito lealdade e consideração?
Quando no grupo de leões existe apenas um macho que lidera todo o grupo, onde o demais respeitam sua autoridade, penso que assim não tem como existir cinismo e traição, haja vista, que no momento que há uma discórdia os leões decidem no duelo entre si, o que resultará em morte ou desistência consumida por obediência do derrotado. Já na “savana humana” os leões que não lideram o grupo, tomam a figura de hienas, disfarçando-se para não ter que enfrentar os desafios, nisso figuram em sua natureza animalesca e grotesca valores que formaram outros valores. Assim, enfrentam seus companheiros não em um duelo de verdadeiros leões honrados, mas sim, como verdadeiras hienas (sínicas e devoradoras de restos de outros animais). Dess’arte, esse “leões” vivem em função de outros animais, não porque perderam em um duelo, mas como verdadeiros Judas ou te esfaquearem com o espírito de Brutos na antiga Roma.
Dentro de um grupo, esses “leões famigerados”, apesar de tudo ter uma função positiva – será moera de troca em negociações por acordos de cooperação em busca de novas amizades? É saudável essa troca de interesses, onde no tocante falta a verdade real das coisas?

Auto do Texto: Davi Farias

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Não ser razão.

Embrenhado em dúvidas entre ser razão e ser amado
Perco-me em embaraços e atropelos os fatos,
E percebo quem são esses dois cidadãos:
Razão, ser correto de palitó preto,
Sério, antipático, talvez seja um advogado.
Amor, um hip de roupas coloridas,
Sorriso largo, tudo é lindo, talvez seja um artista.
Razão ser pensante, de frases feitas.
Amor ser avoado, mas de frases poéticas
Razão compreende efeitos climáticos.
Amor sabe que a natureza conspira a favor de seu amado.
Razão fecha as portas e calcula moedas.
Amor escaras até as frestas e moedas pra quê? Se amor não se paga!.
Razão mede os passos e riscos.
Amor inconseqüente, audaz.
Ser amado é perdesse pelas noites, encontrasse pela manhã
Algumas vezes aos cacos, mas feliz.
Ser razão é não saber que um dia poderá ser amado.
E nisso vejo que nem por toda razão poderei ser amado,
Mas quando amado perderei a razão.

Razão x Emoção: Quem vence?

Quem é o mais forte? A razão ou a emoção.
Será mais forte é aquele que pensa com a razão ou com o coração? Ou será aquele que acredita no abstrato que existe dentro do ‘coração’.
Será que WILLIAN SHAKESPEARE produziu seus poemas e suas peças com a “caneta da razão” na mão pensando na lógica matemática, tendo com Alice a razão? Provavelmente não. Ele não usou a razão como inspiração, apenas a emoção de amar aquilo que acreditava sem importar-se com a razão da sua existência. No romance Romeu e Julieta pouca lógica existia para dois jovens se amarem, nem por isso menos emocionante, ou foi?
Não há expressão numérica alguma que explique o romance de duas pessoas tão opostas, a não ser o amor, pois para este não existe idéia de diferença, não existe razão, e sim, apenas emoção.
De acordo com Silva (2008) “A razão é quando resolvemos, explicamos algo ou tomamos decisões analisando seus prós e contras, as vantagens e desvantagens. É quando ‘agimos com a cabeça’. Agir com a razão é sempre melhor, mais seguro, pois a chance de futuros arrependimentos e prejuízos são menores”. Ao se tratar de amor, não! As coisas mudam” [1]. Perdermos as nossas margens de segurança que sempre buscamos na estrada, mas por que isso acontece?
Segundo Silva (2008), o amor é emoção, é coração. Ele afirma que quando nos deparamos com um problema referente ao amor, é mais aconselhável deixar o coração decidir, caso contrário, se resolvermos deixar a razão falar mais alto, acabaremos sendo hipócritas, e fazendo, não o que queremos, mas o que achamos melhor naquele determinado momento.
Então, se o coração tem razões que a própria razão desconhece[2]. Agir com o coração é sempre mais ousado e as possibilidades de se arrepender é maior. Entretanto, estamos na eminência dos riscos todos os dias, a cada momento, a cada sopro. Vida, segundo a ciência (amiga intimada da razão) é uma só.
Ou seja, não recue viva!
Autor: Davi Farias


[1] SILVA, Daniel Mori M. R. http://jornalismometo2008.blogspot.com/2008/03/razo-x-emoo.html
[2] PASCAL, Blaise

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Autor desconhecido


Laços

Quando Joana me ligou, logo pensei: - o que terá acontecido desta vez. Depois de um desentendimento imaginei que ela não fosse mais ligar. Logo me veio um alívio, pois por mais que coisas boas não fluíram de nossa ultima conversar, não conseguiria ficar sem conversar com ela, e até aquele momento estava bastante triste pela possibilidade não poder falar com Joana novamente. Penso que às vezes, sem perceber, passamos um pouco da compreensão do outro, ou seja, nos tronarmos indesejáveis em certos momentos, e isso acho que foi o que aconteceu.
Assim que finalizada a ligação um alívio quase, por assim dizer, prazeroso, aquela ríspida conversa tinha que finalizado por ali, e nossa amizade talvez voltasse ser a mesma, porque como diz Joana: “os laços de afetos são o que valem”.
Logo em seguida, continuei pensando nesses laços. Lembrei-me de um e-mail que ela me passou. Um filme intitulado de “Laços (Ties), um filme de Flávia Lacerda, que mostra a tristeza de uma menina que acabara de perder o pai, mas que encontro um rapaz que lhe pede para que lhe faça um laço em sua gravata. A mensagem passada pelo filme, o qual o jovem rapaz deixa claro em suas fala, é que laços devem ser firmes para serem inesquecíveis. No entanto, ao final do filme ele vai embora e a menina volta para sua casa, e quando chega lá ao pedir uma lembrança a sua mãe, descobre e aquela conversa com um estranho rapaz que aliviará um pouco da dor da perda, era seu pai – coisas de filmes, mas que podem acontecer, assim acredito.
E ao relembrar o filme, fiz uma reflexão da nossa ultima conversa. Percebi que na vida temos esses desencontros e que são inevitáveis em uma relação, nem sempre se agradam gregos e troianos. Acredito agora que a paz é um estado permanente em exercício. Estamos sempre na eminência de perturbá-la com um simples abalo de opiniões ou mudança de estado físico – curioso é que a paz passa pelo “estado”, que pode ser psicológico ou fisiológico, como percebemos o universo que nos circula. Contudo, dentro desse momento onde, esse tsunami, vai desequilibrar a paz é que os laços sustentarão a casa do afeto e logo as ondas de cólera passaram, e por mais que fique um pouco da lama, a vida voltará e no alto estará a paz, e se não voltar é porque não era pra ser assim.
Joana me fez ver o quanto é possível esses momentos acontecerem. Por mais que a torna-se como uma pessoa que não fosse igual às outras, estava enganado, pois até ela demanda de tempo pra ser diferente. Mas até naquele momento ainda penso que foi diferente, suas palavras fortificaram os laços.
Com isso, passei a esperar Joana me ligar, talvez não me ligue por ser muito ocupada com seus afazeres e suas crianças. Espero que nos encontremos pessoalmente, ao vivo talvez ainda possa ver brilhos em seus olhos. Se não tiver, como sempre falo – don’t worry.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Tempo

Tempo, senhor dos nossos dias, algoz de nossa juventude
Marca o dia de nosso nascimento,
E deixa incerto o momento da partida.
Faz-nos crê que seremos eternamente jovens,
Mas nos toma por imbecis e nos dá velhice.

Tempo que prende as pessoas com seus ponteiros
Marcando o tempo de sua chegada e de sua partida.
E que nos escraviza, não nos deixa passar da hora,
E nem chegar tarde demais.

Tempo que nos torna incapaz de viver
Porque pensamos que até pra viver demanda tempo.
Mas para quê tempo, se tudo é urgente
Se amar é pungente e freneticamente atemporal

Deixemos o tempo e vivamos o momento
Porque o tempo é só o norte pra morte.
Não contemos tempos,
Desaceleremos,
Andemos devagar,
Curtamos a vida.

Viver demanda tempo?

Você já teve a sensação de ter incomodado alguém que você jamais teria intenção de fazê-lo? Com isso, descobrimos que somos iguais em nossas ações e repudias. É como encontrar espinhos em uma flor que você nunca pensaria que nela existisse. Mas até esses momentos nos faz refletir que compreender o outro demanda tempo, e que nem sempre respeitamos esse tempo. Nisso, você fica sem chão, e o buraco negro, que antes era um grande vago no espaço, passa a ser você. Penso que realmente é difícil a política do afeto, porque nos tornamos idiotas e querer ser presente, mas sem saber que o presente melhor é a nossa distância.

E porque demanda tempo? Mas em que tempo? Criar um mundo irreal dentro do tempo é se perder nele? Penso é que não demanda tempo viver, partilhar, e o que demanda tempo é entender que é mais fácil ferir do que se perdoa.

Nunca uma essa frase - “demanda tempo”, me instigou, enrubesceu tanto. Acredito que porque ela teve um peso pejorativo. Ao contrário de uma obra de arte, uma letra de canção, um escrito que demanda tempo, mas ai tem o ponto positivo, nele virá o que há de mais belo do artista. Mas incomoda o porque da vida demandar tempo, soa como se a luz do final do túnel vai demorar a chegar. A vida pulsante, como um ser em movimento, não demanda tempo, ele se transforma. Essa constante transformação vem infundida de parcelas de sofrimento. Então, porque a vida demanda tempo? Se quando menos esperamos estamos postos a prova, para cair e levantar-se novamente.

E nesse momento inundo minha alma, porque ao ser insensato, não percebi que pessoas demandam de tempo. Tempo que não consegui ver, a vida em meu entender sempre seria uma via de mão dupla. Contudo errei, porque em alguns momentos se torna mão única e em contra mão, que você tem que desviar para não incomodar. Dar-se de cara com essa demanda é torna-se patético diante do outro e realmente magoa. Mas nada como os dias para fazer as estradas se reencontrarem.

I'm sorry, sometimes is better to write than cry...

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Linda Joana

Não sei por que, mas Joana me faz sonhar.
Joana entra em meu ser através de letras,
Mexe meu interior e sacia minha alma.
Joana como a nascente de um rio,
Inunda tudo e traz beleza, mata sede, germina vida
E corre de encontro ao mar, que são meus sonhos infinitos.

Liberta-se Joana de seus caudilhos
Quando em seus escritos ama, e minha alma inflama.
Joana tirar tinta de seus cabelos negros,
Para escrever versos, poesias, vidas.
E nos ilumina através de sua pele branca
Que se torna a lua e linda Joana

E morro porque nela encontro os braços das mais belas palavras.
E ressuscito porque em seus olhos em forma de amêndoas vejo o amor
Ai quem me dera que Joana fosse também canção
Porque assim entre letras e melodias me entrelaçaria e
Por Joana de vez me perderia.

Tormentas

Hoje vejo a vida assim: pulsante, complexa
Não sei se fui eu que estava adormecido ou se fui envenenado,
Mas ela passava por mim assim, quase que invisível.
Sinto-me agora queimando, ardendo, porque não quis ser eu.

E me vejo como as pedras de um quebra mar
Postas ali de forma inerte e bruta, tentando parar o mar.
E esse mar é minha vida que pede para entrar, e agora não pede licença
Não pede licença, porque ela vai tomar o que é dela.

E nesse arrebatamento águas límpidas surgirão, mas só depois que
Na pororoca dos meus pensamentos não resta nada do que foi passado
E nesse macaréu ficará um lapso do tempo que eu perdi e do que eu agora achei.
Acho que achei você, pena que tu ainda estas longe.
Longe de ser o barco a navegar entre o mar de minha vida,
E nos rios dos meus pensamentos.

Mas creio que agora pelo menos te vejo.
Vejo-te na possibilidade de ser uma embarcação,
Que se atracará em meu porto depois de tantas tormentas
De tantos desencontros e descasos com minha vida.
E agora vejo a vida que pulsa e sinto que acordei.
Já não queimo mais porque calmo está meu mar.