sexta-feira, 18 de junho de 2010

parte unica de dois

me dei conta que somos um só corpo

e nada seria diferente se nos separássemos

nossos corpos sempre chamariam por nós

o lado vazio da cama jamais perderia o calor seu

o café só perderia o doce

mas nem o amargo que ficou tiraria a felicidade da manhas ao teu lado

impossível viver sem ti

tudo seria mais difícil sem você

a parte que completa

a parte que preenche

a parte que tanto amo

quinta-feira, 10 de junho de 2010

De quem realmente é essa chance?

Após um dia daqueles, cheguei à noite em casa e me lembrei como tinha passado o dia inteiro entre reuniões de trabalho em uma noite cansativa em sala de aula, tendo que assistir a uma aula onde o professor, além de aterrorizar por se tratar das provas finais do semestre, falava asneiras de coisas fúteis. Contudo, eu não consegui me desligar do pensamento que me transportava a você. E a noite se segui, alimentei o cachorro, troquei a água, briguei com ele, porque ele entrou na fase kanguru, não parava de pular em cima de mim e por fim tomei banho. Não consegui prosseguir na leitura e nos estudos, por mais que eu tentasse sempre vinha a minha mente as coisas que me deixaram um tanto quanto perturbado. Nisso, me aprofundei nos pensamentos e percebi que é complicado se partilhar algo quando se estar com medo ou preso a um obscuro que já não nos domina. E vejo que quando estamos pertos tudo é diferente, mas que esse medo, acredito que por culpa minha, nos afasta. Não podemos nos tocar, nem trocar olhares, esquisito isso! Dias depois durante essa semana que esta finalizando, observei certo desconforto, distanciamento. Mas porque tudo isso? Será que as pessoas são incapazes de se falarem? Será que as barreiras criadas são inquebráveis? Acredito que não, porque tudo por nós criado, meros agentes pensantes, podemos mudar o rumo de nossa estória. Assim minha noite perdida por pensamente desalentadores me respondeu a questão tão esperada. Por mais que se queira amar alguém, não devemos suplicar, apesar que como afirma Fernando Pessoa “o amor é ridículo” e por ser ridículo não teria vergonha de ser pedinte. Mas percebo com uma clareza, dos olhos de uma criança, que essa chance tão esperada não é minha, porque eu já me dei essa chance, estou preparado, com todas as portas abertas para amar novamente, para cuidar e deixar ser cuidado por quem procuro. Outro sim, a chance é do outro, de querer ser uma pessoa amada, de construir em se um sentimento que possa ser divido, e deixar o egoísmo para aceitar o quão possível tudo é. E para amar não precisa pedir é só doar. E nisso eu realmente serei sempre ridículo.