terça-feira, 20 de outubro de 2009

O silêncio do som

Em meio ao silêncio surgiu você
Silêncio que se quebrou sem voz
Silêncio que marcou pela troca
Silêncio que não deveria acabar

Logo surgiu o som
Som que multiplicou o querer
Som que fez promessas de ser eterno
Som em meio aos suspiros e sorrisos
Som que não nos deixou partir

Mas agora é o som que prolatou mentiras
Som que confundiu o sentimento
Som que mudou o momento
Som de dor, que criou o muro
As lamurias mostrou o medo
Som que de tão exaltado ensurdeceu o coração

E surdos voltamos ao silêncio
Agora um silêncio de angustias
Silêncio sem respostas ou promessas
Silêncio da solidão
Fundiu, quebrou, arrebatou
Um silêncio, uma surdez, um desencontro.

Julgado coração

Iniciei minhas ações sem temer as sanções
E tudo virou um processo’
Brinquei com o coração
Recebi minha sentença
Sucumbi
Apelei em todos os graus
Embarguei todos os seus motivos
E tudo foi improcedente
Recorri a nós
E tudo transitou
Julgado foi o amor
Executado foi à perda
E preso estou na solidão

domingo, 18 de outubro de 2009

Calidoscópio



Mudei a imagem,
Transformei-a todas em formas diferentes.
Parei de pensar.
Parei de ser o mesmo.
Em formas únicas multipliquei-me
Em mil o ser, que busca mil formas de você
Em mil a intensidade, que busca o mais fundo de você
Em mil o sentir, que paralisa a cada poro teu conectado em mim
E morro, pois só a morte para parar o tempo
E entorpeço na tentativa que nunca termine
Por fim, sempre diferente
Cores que nunca se repetem.
Serei sempre um calidoscópio, um êxtase
Serei a busca eterna por você
Busca eterna na felicidade única de cada encontro
E serei infinito no querer te amar.
O peso das escolhas só torna-se realmente relevantes no momento cume. Um beco sem saída. E por onde passar?
Esse momento é onde se decide tudo. Não tem como regressar as palavras ditas, nem esquecer o que foi feito. Um vazio de idéias. Como agir? Seguir em frente no caminho de volta, e não magoar mais do que já foi magoado?
Em alguns momentos o ponto de partida poderá ser o instante em se reorganizar a vida. Seguir outros rumos, e tentar não cometer os mesmos erros.
Tudo agora é dicotômico, duas partes que se interagem, transpassam entre si, para o equilíbrio natural. Verter e inverter, inventar e reinventar. Criar através do que já foi vivido, um novo momento, sem temer, sem recorrer ao lado obscuro de tudo.
Assim, momento de balancear, mesurar, dividir a vida, entre a responsabilidade de não fugir do racional, mas buscar da vida todas as cores que ele tem para mostrar.
Agora ser “cronópio”.

Promessas apenas

Quebra-se o jarro guardado.
Partem-se tudo em pedaços.
Abrem-se as feridas.
Agora não se tem nada mais.
Apenas o vazio das coisas ditas.
E quebrou o laço,
Quebrou a esperança.
E agora para onde foram tudo que fora dito.
Para onde fora tudo que esperávamos de nós.
O jarro quebrou, promessas.

Amanhecer

Assim fragmentar o amanhecer
fazê-lo durar o tempo necessário.
Ficar vivo.
Tremular a vida, para não ter dêmonios.
E fazer que você seja o anjo do meu dia.

sábado, 10 de outubro de 2009

Nossos sons

Todos os sons remetem a você
E o que fazer?
Curtir o som
Virar êxtase entre as batidas
Batidas do coração que lembra sua pulsão
Batidas do tambor que vibram no corpo
Mentalizar você
Exorcizar a solidão
Conectar-se na balada
Dançar com a melodia e abraçar você
E agora voar nas asas daquele sonho
E ser sempre você eu e nossos sons

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

O mal do bem que você me faz

Não deveria te buscar
Nem se quer tentar morar no seu coração
Não deveria mais estar perto
Pois, por mais que estejamos juntos a distancia se faz visível
E o bem de estar perto se torna sufocante
E falta o ar, falta o chão
Faltam aqueles olhos que me fascinaram
Falta a luz do sol em seu sorriso
Faltam aquelas assas que se abriram por mim
Tento não ver, e cegar o coração
Preencher apenas meus instantes de sentir-me bem ao seu lado
Mas nem o orgasmo que soa de seus ser me pertence
Nem as gotas que pingaram em mim se fazem presentes
E não tenho como fugir, a não ser te amar em braile
Em outra língua que só eu entenda
E mais uma vez vestir a mascara de sermos apenas amigos
E penso que para não morrer é melhor viver com doses homeopáticas de você

Tudo não passou de mentiras

O vento batia timidamente. Longe eu ainda continuava a pensar. E voltei a fitar-me em você. Tudo que aconteceu, os enlaces, os quais nos envolveram. Tantas promessas, todas descumpridas por você e por mim.
Mas na verdade o que veio átona foram todas as peças do quebra-cabeça que eu juntei. Tudo que você me disse, todas as ações. E mais uma vez, aquela dor rasgou meu peito.
Inconformado, rebusquei os fatos e procurei, nas escuras, o verdadeiro sentido de sua distancia. O porquê de não ter mais respostas, nenhuma ligação, nenhuma mensagem.
O medo, a falsa moral, venceu o belo. Mais uma vez a mentira se fez presente, e tudo ficou perdido. Um buraco, minhas ações todas em vão, mal interpretadas.
O meu sangue foi só deleite de meros momentos, o alimento passou apenas por mero sassiamento.
É uma pena, levarei eternamente, o seu sabor. Nem nada nem ninguém poderá apagar da minha moribunda natureza, seu ser, que encharcou meu ser e esquentou minha pele.
Mas, ainda, te perdoou. Sei que não é fácil entregar-se a eternidade de aqui. E mais uma vez fiquei só!
Nada me basta. Penso que a intensidade da vida eterna, deixa essas infantis almas amendontradas. Nem minha beleza encanta, porque o inesperado assusta.

O amor é raro

Dias se passaram e com eles meus sentimentos continuam sendo uma gota em detrimento a imensidão do oceano. Meio piegas, mas fazer o quê?

Muita coisa não mudou em minha viajem a minha “reserva selvagem”. Agora a certeza de que não havia amor, tornou-se meu descontento. Por que, também, nesse instante me acorrento no momento em que deveria estar livre?

E então? Não sei... Deixo-me levar pelo costume ou pela divida, essa que minha genealogia me condena. Acredito que pela divida devo me livrar só quando pago o débito. E isso vai demorar. Não sei se vou suportar.

Apenas sei que não há amor real, só há obrigação (dependência). E tudo ficará doloroso, não só para o escravo, para o senhoril, porque nunca terá de seu escravo a fidelidade.

E agora? O amor tornou-se raro, e aquele que passara ter será apenas vidro e não rubi, como eu pensava. O rubro era apenas a ilusão para os olhos.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Siga em frente

Fazer, recriar, repensar e não desistir
Curar lamuria metamorfosear tristezas
Esquecer as decepções, repaginar a vida
E em folhas brancas escrever o novo
E nunca deixar de referenciar tudo que passou
Exemplos são ensinamentos

Tudo passou as alegrias e as tristezas
Mas tudo é cíclico, é uma como um balanço na praça
Vai e vem de conexões, de alegrias e de lagrimas
E nunca desistir de balançar.
No fim da sobre saltos, e cair não importa como

Seguir em frente dado a qualquer circunstância
Sempre um sorriso estará lá
Sorriso daquele que torce por você e por mim
De mão abertas para dizer muito bem
Siga em frente.

Viva a vida, medo é um mero momento
Seja único, seja verdadeiro, isso não pode faltar!
Seja presente, seja paciente, seja sempre você
Não deixe de tentar o novo
“Afasta a tristeza porque sempre temos coisas boas para perceber.
Bote uma peneira no teu olhar”

E agora ouça o mar, e cante com ele
Contemple a lua, seja seu namorado
Abrace a brisa, deixa-ser acariciar
Ame acima de tudo você mesmo
Assim tudo de molda a cada instante

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Vida...

Comemorar a vida,
E nela deitar a alma.
Comemorar o nascer,
E dele levar o bom de tudo.
Festejar as primaveras,
E delas sentir o perfume.
E não se esquecer de amar,
E não esquecer a vida.
E não deixar de sorrir.

Abundância, extremo, descabido.
Vida, vida e mais vida.
Vida a fora, vida que grita de dentro pra fora.
Pureza, simplicidade e ousadia.
Beleza leve, amor inteiro e pés ávidos por caminhar.

Leonardo Aprigio
Wellington Pereira