sábado, 25 de abril de 2009

Proibida pra mim

Não sei se paro, se ficou por aqui
Não sei se deixo as águas rolarem
Nao sei se faço algo, ou desapareço de vez
Isso me pertuba porque são como gotas
Martelam meu ser, mexem com minha razão

Não sei por quem eu chame
Não sei se te chame
Não sei mais nem quem sou eu
Isso me deixa confuso, porque te encontrei!?
Talvez isso seja assim mesmo
"Probida pra mim", mas proibido porquê?
Não sei se pode da certo, e porque não tentar?
Não sei... não sei... não sei!

E quem vai saber se não nós mesmo
Mas sei que você sabe, sabe que não sou imune
Sabe que um sorriso me prende
Sabe que um olhar me mata
E faz pouco, brinca, mas quem sabe me beije.

Não sei se vou suportar
Não sei se ainda quero
Mas sei que não resisto
E te espero numa esquina, numa igreja
Como idiota aqui me entrego a cruz
Cruz de realmente nunca de ter.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Correntes Sociais – Os muros da vida (parte 2)


Continuei parado, sem perceber que o tempo passava e que eu permanecia nas sombras de minhas dúvidas. Então, voltei para minha leitura. Quando terminei vi o quanto deixamos de produzir, para seguirmos normas que não são nossas, quadros de vida que não foram pintados por nós. Naquele momento não adiantaria muito pensar nisso, pois não teria como discorrer com alguém tal coisa de profundo e impactante pensamento. E me lembrei da metáfora da sombra, seria minha única saída de dialogar seria comigo e minha sombra. Mas isso não adiantou muito, pois as coisas ditas foram, talvez, as que eu quisesse escutar.
Deixei pra lá todas essas coisas que naquele momento não teriam respostas, não por serem absurdas, mas porque ninguém saberia me dizer por que o medo do novo trazia dores invisíveis ao corpo e alma.
Passados os dias reuni-me a uns amigos. Começamos a conversar sobre o livro e todos vislumbraram diversas opiniões. Foi quando, em poucas horas de conversa, um de nossos pares nos perguntou se: "realmente teríamos a necessidade de ficar fora das correntes sócias?" Pois, naquele momento para ele, pareciam idéias tão absurdas, por pensar que tínhamos liberdade de pensar e agir, e de desejarmos a vida - quando na verdade a palavras mágica para clarear minhas duvidas foi “o desejo do ter”. Será que ter é tão pulsante, quanto ser livre realmente? Será que dever amar seria, no total até de forma metafísica, menos importante que amar livremente? Dever... Ter... Dever?
Então percebi que vivemos em cima de muros. Em todos os momentos nos tornamos neutros sobre questões simples, tipo: Somos racistas? Somos a favor do quê? O que realmente pensamos sobre isto ou aquilo? Seríamos capazes de quebrar essas correntes? Entretanto, essa moldura social em que fomos inseridos reprime nossos pensamentos e nos faz desistir de sermos ‘cronópios’, de viver livres e desprovidos de “manias”. Passamos a ser ‘famas’, vivemos escondidos por trás das cores cinza desse universo.
Assim, percebi que seria difícil lhe dá com esse tipo de posicionamento. Matrix. Módulos engessados são quebráveis, mas isso não depende de forças externas, como disse Renato Russo em seu ultimo show no Rio de Janeiro - "depende de nós mesmos". E a partir do momento em que quisermos ser livres de fatos, deveremos estar prontos para sentir a dor e o peso, que vem no primeiro momento junto com a verdade. A sensação, talvez, seja a de uma emersão do profundo oceano, ou a volta súbita da luz após anos de escuridão, lembrando a caverna de Platão. Então, passaremos a pensar como a cenopoeta Laís Teixeira que disse: “Sou desejo, sou luz, sou poesia, sou palavras ao vento...Sou grito, sou a busca infinita...Por amor, por justiça...Sou cronópio!”


Imagem: A queda do muro de Berlim. - http://biotransitando.blogspot.com. acesso em 24/04/09

quinta-feira, 9 de abril de 2009

O encontro


Não encontramos nada nem ninguém igual.
Mas encontramos pessoas singulares
E tudo é questão de tempo,
Para se tornar verdadeiro e intenso.
As coisas passam, mas pessoas não.
E tudo é volátil, perecível, findo.
Mas você é especial, e marcou de vermelho sua chegada.
Mexeu com águas calmas e com minha alma.
Assim me perdi entre laços e embaraços.
E o tempo, ardil e calculista passou.
Mas ainda ficou sangue nas veias e água na boca.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Exuberante pós nada



Não vivemos sem respostas,
Não buscamos utópicas,
Nem se quer inventamos o presente.
Mas sentimos a dor que rasga nossa carne,
Dor do exuberante desejo de não termos procurado motivos.
E sentimos apenas um prazer passageiro
Por engolir, beber e fumar migalhas da verdade.
Mas continuamos escravos de nós mesmos
Desistimos da amplitude da vida
Por meros momentos alucinógenos.
Mascaramos-nos como drogados, nos enganando
Do vicio de uma vida que não é nossa.