segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Não ser razão.

Embrenhado em dúvidas entre ser razão e ser amado
Perco-me em embaraços e atropelos os fatos,
E percebo quem são esses dois cidadãos:
Razão, ser correto de palitó preto,
Sério, antipático, talvez seja um advogado.
Amor, um hip de roupas coloridas,
Sorriso largo, tudo é lindo, talvez seja um artista.
Razão ser pensante, de frases feitas.
Amor ser avoado, mas de frases poéticas
Razão compreende efeitos climáticos.
Amor sabe que a natureza conspira a favor de seu amado.
Razão fecha as portas e calcula moedas.
Amor escaras até as frestas e moedas pra quê? Se amor não se paga!.
Razão mede os passos e riscos.
Amor inconseqüente, audaz.
Ser amado é perdesse pelas noites, encontrasse pela manhã
Algumas vezes aos cacos, mas feliz.
Ser razão é não saber que um dia poderá ser amado.
E nisso vejo que nem por toda razão poderei ser amado,
Mas quando amado perderei a razão.

Razão x Emoção: Quem vence?

Quem é o mais forte? A razão ou a emoção.
Será mais forte é aquele que pensa com a razão ou com o coração? Ou será aquele que acredita no abstrato que existe dentro do ‘coração’.
Será que WILLIAN SHAKESPEARE produziu seus poemas e suas peças com a “caneta da razão” na mão pensando na lógica matemática, tendo com Alice a razão? Provavelmente não. Ele não usou a razão como inspiração, apenas a emoção de amar aquilo que acreditava sem importar-se com a razão da sua existência. No romance Romeu e Julieta pouca lógica existia para dois jovens se amarem, nem por isso menos emocionante, ou foi?
Não há expressão numérica alguma que explique o romance de duas pessoas tão opostas, a não ser o amor, pois para este não existe idéia de diferença, não existe razão, e sim, apenas emoção.
De acordo com Silva (2008) “A razão é quando resolvemos, explicamos algo ou tomamos decisões analisando seus prós e contras, as vantagens e desvantagens. É quando ‘agimos com a cabeça’. Agir com a razão é sempre melhor, mais seguro, pois a chance de futuros arrependimentos e prejuízos são menores”. Ao se tratar de amor, não! As coisas mudam” [1]. Perdermos as nossas margens de segurança que sempre buscamos na estrada, mas por que isso acontece?
Segundo Silva (2008), o amor é emoção, é coração. Ele afirma que quando nos deparamos com um problema referente ao amor, é mais aconselhável deixar o coração decidir, caso contrário, se resolvermos deixar a razão falar mais alto, acabaremos sendo hipócritas, e fazendo, não o que queremos, mas o que achamos melhor naquele determinado momento.
Então, se o coração tem razões que a própria razão desconhece[2]. Agir com o coração é sempre mais ousado e as possibilidades de se arrepender é maior. Entretanto, estamos na eminência dos riscos todos os dias, a cada momento, a cada sopro. Vida, segundo a ciência (amiga intimada da razão) é uma só.
Ou seja, não recue viva!
Autor: Davi Farias


[1] SILVA, Daniel Mori M. R. http://jornalismometo2008.blogspot.com/2008/03/razo-x-emoo.html
[2] PASCAL, Blaise

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Autor desconhecido


Laços

Quando Joana me ligou, logo pensei: - o que terá acontecido desta vez. Depois de um desentendimento imaginei que ela não fosse mais ligar. Logo me veio um alívio, pois por mais que coisas boas não fluíram de nossa ultima conversar, não conseguiria ficar sem conversar com ela, e até aquele momento estava bastante triste pela possibilidade não poder falar com Joana novamente. Penso que às vezes, sem perceber, passamos um pouco da compreensão do outro, ou seja, nos tronarmos indesejáveis em certos momentos, e isso acho que foi o que aconteceu.
Assim que finalizada a ligação um alívio quase, por assim dizer, prazeroso, aquela ríspida conversa tinha que finalizado por ali, e nossa amizade talvez voltasse ser a mesma, porque como diz Joana: “os laços de afetos são o que valem”.
Logo em seguida, continuei pensando nesses laços. Lembrei-me de um e-mail que ela me passou. Um filme intitulado de “Laços (Ties), um filme de Flávia Lacerda, que mostra a tristeza de uma menina que acabara de perder o pai, mas que encontro um rapaz que lhe pede para que lhe faça um laço em sua gravata. A mensagem passada pelo filme, o qual o jovem rapaz deixa claro em suas fala, é que laços devem ser firmes para serem inesquecíveis. No entanto, ao final do filme ele vai embora e a menina volta para sua casa, e quando chega lá ao pedir uma lembrança a sua mãe, descobre e aquela conversa com um estranho rapaz que aliviará um pouco da dor da perda, era seu pai – coisas de filmes, mas que podem acontecer, assim acredito.
E ao relembrar o filme, fiz uma reflexão da nossa ultima conversa. Percebi que na vida temos esses desencontros e que são inevitáveis em uma relação, nem sempre se agradam gregos e troianos. Acredito agora que a paz é um estado permanente em exercício. Estamos sempre na eminência de perturbá-la com um simples abalo de opiniões ou mudança de estado físico – curioso é que a paz passa pelo “estado”, que pode ser psicológico ou fisiológico, como percebemos o universo que nos circula. Contudo, dentro desse momento onde, esse tsunami, vai desequilibrar a paz é que os laços sustentarão a casa do afeto e logo as ondas de cólera passaram, e por mais que fique um pouco da lama, a vida voltará e no alto estará a paz, e se não voltar é porque não era pra ser assim.
Joana me fez ver o quanto é possível esses momentos acontecerem. Por mais que a torna-se como uma pessoa que não fosse igual às outras, estava enganado, pois até ela demanda de tempo pra ser diferente. Mas até naquele momento ainda penso que foi diferente, suas palavras fortificaram os laços.
Com isso, passei a esperar Joana me ligar, talvez não me ligue por ser muito ocupada com seus afazeres e suas crianças. Espero que nos encontremos pessoalmente, ao vivo talvez ainda possa ver brilhos em seus olhos. Se não tiver, como sempre falo – don’t worry.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Tempo

Tempo, senhor dos nossos dias, algoz de nossa juventude
Marca o dia de nosso nascimento,
E deixa incerto o momento da partida.
Faz-nos crê que seremos eternamente jovens,
Mas nos toma por imbecis e nos dá velhice.

Tempo que prende as pessoas com seus ponteiros
Marcando o tempo de sua chegada e de sua partida.
E que nos escraviza, não nos deixa passar da hora,
E nem chegar tarde demais.

Tempo que nos torna incapaz de viver
Porque pensamos que até pra viver demanda tempo.
Mas para quê tempo, se tudo é urgente
Se amar é pungente e freneticamente atemporal

Deixemos o tempo e vivamos o momento
Porque o tempo é só o norte pra morte.
Não contemos tempos,
Desaceleremos,
Andemos devagar,
Curtamos a vida.

Viver demanda tempo?

Você já teve a sensação de ter incomodado alguém que você jamais teria intenção de fazê-lo? Com isso, descobrimos que somos iguais em nossas ações e repudias. É como encontrar espinhos em uma flor que você nunca pensaria que nela existisse. Mas até esses momentos nos faz refletir que compreender o outro demanda tempo, e que nem sempre respeitamos esse tempo. Nisso, você fica sem chão, e o buraco negro, que antes era um grande vago no espaço, passa a ser você. Penso que realmente é difícil a política do afeto, porque nos tornamos idiotas e querer ser presente, mas sem saber que o presente melhor é a nossa distância.

E porque demanda tempo? Mas em que tempo? Criar um mundo irreal dentro do tempo é se perder nele? Penso é que não demanda tempo viver, partilhar, e o que demanda tempo é entender que é mais fácil ferir do que se perdoa.

Nunca uma essa frase - “demanda tempo”, me instigou, enrubesceu tanto. Acredito que porque ela teve um peso pejorativo. Ao contrário de uma obra de arte, uma letra de canção, um escrito que demanda tempo, mas ai tem o ponto positivo, nele virá o que há de mais belo do artista. Mas incomoda o porque da vida demandar tempo, soa como se a luz do final do túnel vai demorar a chegar. A vida pulsante, como um ser em movimento, não demanda tempo, ele se transforma. Essa constante transformação vem infundida de parcelas de sofrimento. Então, porque a vida demanda tempo? Se quando menos esperamos estamos postos a prova, para cair e levantar-se novamente.

E nesse momento inundo minha alma, porque ao ser insensato, não percebi que pessoas demandam de tempo. Tempo que não consegui ver, a vida em meu entender sempre seria uma via de mão dupla. Contudo errei, porque em alguns momentos se torna mão única e em contra mão, que você tem que desviar para não incomodar. Dar-se de cara com essa demanda é torna-se patético diante do outro e realmente magoa. Mas nada como os dias para fazer as estradas se reencontrarem.

I'm sorry, sometimes is better to write than cry...

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Linda Joana

Não sei por que, mas Joana me faz sonhar.
Joana entra em meu ser através de letras,
Mexe meu interior e sacia minha alma.
Joana como a nascente de um rio,
Inunda tudo e traz beleza, mata sede, germina vida
E corre de encontro ao mar, que são meus sonhos infinitos.

Liberta-se Joana de seus caudilhos
Quando em seus escritos ama, e minha alma inflama.
Joana tirar tinta de seus cabelos negros,
Para escrever versos, poesias, vidas.
E nos ilumina através de sua pele branca
Que se torna a lua e linda Joana

E morro porque nela encontro os braços das mais belas palavras.
E ressuscito porque em seus olhos em forma de amêndoas vejo o amor
Ai quem me dera que Joana fosse também canção
Porque assim entre letras e melodias me entrelaçaria e
Por Joana de vez me perderia.

Tormentas

Hoje vejo a vida assim: pulsante, complexa
Não sei se fui eu que estava adormecido ou se fui envenenado,
Mas ela passava por mim assim, quase que invisível.
Sinto-me agora queimando, ardendo, porque não quis ser eu.

E me vejo como as pedras de um quebra mar
Postas ali de forma inerte e bruta, tentando parar o mar.
E esse mar é minha vida que pede para entrar, e agora não pede licença
Não pede licença, porque ela vai tomar o que é dela.

E nesse arrebatamento águas límpidas surgirão, mas só depois que
Na pororoca dos meus pensamentos não resta nada do que foi passado
E nesse macaréu ficará um lapso do tempo que eu perdi e do que eu agora achei.
Acho que achei você, pena que tu ainda estas longe.
Longe de ser o barco a navegar entre o mar de minha vida,
E nos rios dos meus pensamentos.

Mas creio que agora pelo menos te vejo.
Vejo-te na possibilidade de ser uma embarcação,
Que se atracará em meu porto depois de tantas tormentas
De tantos desencontros e descasos com minha vida.
E agora vejo a vida que pulsa e sinto que acordei.
Já não queimo mais porque calmo está meu mar.