quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Laços

Quando Joana me ligou, logo pensei: - o que terá acontecido desta vez. Depois de um desentendimento imaginei que ela não fosse mais ligar. Logo me veio um alívio, pois por mais que coisas boas não fluíram de nossa ultima conversar, não conseguiria ficar sem conversar com ela, e até aquele momento estava bastante triste pela possibilidade não poder falar com Joana novamente. Penso que às vezes, sem perceber, passamos um pouco da compreensão do outro, ou seja, nos tronarmos indesejáveis em certos momentos, e isso acho que foi o que aconteceu.
Assim que finalizada a ligação um alívio quase, por assim dizer, prazeroso, aquela ríspida conversa tinha que finalizado por ali, e nossa amizade talvez voltasse ser a mesma, porque como diz Joana: “os laços de afetos são o que valem”.
Logo em seguida, continuei pensando nesses laços. Lembrei-me de um e-mail que ela me passou. Um filme intitulado de “Laços (Ties), um filme de Flávia Lacerda, que mostra a tristeza de uma menina que acabara de perder o pai, mas que encontro um rapaz que lhe pede para que lhe faça um laço em sua gravata. A mensagem passada pelo filme, o qual o jovem rapaz deixa claro em suas fala, é que laços devem ser firmes para serem inesquecíveis. No entanto, ao final do filme ele vai embora e a menina volta para sua casa, e quando chega lá ao pedir uma lembrança a sua mãe, descobre e aquela conversa com um estranho rapaz que aliviará um pouco da dor da perda, era seu pai – coisas de filmes, mas que podem acontecer, assim acredito.
E ao relembrar o filme, fiz uma reflexão da nossa ultima conversa. Percebi que na vida temos esses desencontros e que são inevitáveis em uma relação, nem sempre se agradam gregos e troianos. Acredito agora que a paz é um estado permanente em exercício. Estamos sempre na eminência de perturbá-la com um simples abalo de opiniões ou mudança de estado físico – curioso é que a paz passa pelo “estado”, que pode ser psicológico ou fisiológico, como percebemos o universo que nos circula. Contudo, dentro desse momento onde, esse tsunami, vai desequilibrar a paz é que os laços sustentarão a casa do afeto e logo as ondas de cólera passaram, e por mais que fique um pouco da lama, a vida voltará e no alto estará a paz, e se não voltar é porque não era pra ser assim.
Joana me fez ver o quanto é possível esses momentos acontecerem. Por mais que a torna-se como uma pessoa que não fosse igual às outras, estava enganado, pois até ela demanda de tempo pra ser diferente. Mas até naquele momento ainda penso que foi diferente, suas palavras fortificaram os laços.
Com isso, passei a esperar Joana me ligar, talvez não me ligue por ser muito ocupada com seus afazeres e suas crianças. Espero que nos encontremos pessoalmente, ao vivo talvez ainda possa ver brilhos em seus olhos. Se não tiver, como sempre falo – don’t worry.

Um comentário:

  1. Joana, meu amigo, assim como você, é humana. E vocês, homens, ainda têm uma vantagem: não tem TPM.
    Que bom que, como humanos, façam as pazes.

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