Medo presente
Medo parceiro de nossa empreitada
Medo que nos persegue todos os instantes
Medo que guia nossos passos
Como uma mãe que guia um filho que acabará de aprender a andar
Como uma guia de cão que não o deixa ir além
E não nos deixa viver.
Medo que cega
Medo que não nos deixa olhar
Medo que não nos deixar perceber
Medo que nos venda da verdade
Mas tudo se finda quando falta a verdade
Essa que é mais forte e brava
Duradoura por ser verdade
Verdade que liberta
Verdade que ama.
Não nos deixemos escravizar
Pois o medo é arma da falsa moral
O medo são nossos próprios preconceitos
De não aceitarmos que somos iguais, e capazes
Vençamos o medo
Deixemos as portas abertas para a vida.
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
INCERTO
Incertezas transem consigo duvidas
Não sei por onde começar
Nasce um vazio diante a dor
Não doe, mas angustia
Porra de não se apegar
Medo pro inferno
Fica decretada a liberdade
Fica decretado meus desejos
Fica decretado você
Fica decretado que estou na esquina
Como disse o poeta “sem pai nem mãe”
De peito aberto, esperando tiros de seus olhares
Porra de não se apegar
Medo pro inferno
Fica perto
Não vai pra longe
Não diz que não
Não fecha os punhos
Não me fuzila com olhos
Não menti dizendo que não quer
Não vai doer
Porra de não se apegar
Medo pro inferno
Então me mata, mas primeiro me ama
Então deixa minha cama, mas não deixa meus dias
Então finge que não é contigo, mas fica comigo
E então me beija
Porra de não se apegar
Medo pro inferno
E agora quero tudo e nada
Quero matar a vontade
Quero não entender
Quero que compreendas,
E que não esqueças
Que antes de tudo, somos mais que isso
E espero que o medo esse vá pro inferno mesmo
Mas se apegar que seja ou não seja.
Não sei por onde começar
Nasce um vazio diante a dor
Não doe, mas angustia
Porra de não se apegar
Medo pro inferno
Fica decretada a liberdade
Fica decretado meus desejos
Fica decretado você
Fica decretado que estou na esquina
Como disse o poeta “sem pai nem mãe”
De peito aberto, esperando tiros de seus olhares
Porra de não se apegar
Medo pro inferno
Fica perto
Não vai pra longe
Não diz que não
Não fecha os punhos
Não me fuzila com olhos
Não menti dizendo que não quer
Não vai doer
Porra de não se apegar
Medo pro inferno
Então me mata, mas primeiro me ama
Então deixa minha cama, mas não deixa meus dias
Então finge que não é contigo, mas fica comigo
E então me beija
Porra de não se apegar
Medo pro inferno
E agora quero tudo e nada
Quero matar a vontade
Quero não entender
Quero que compreendas,
E que não esqueças
Que antes de tudo, somos mais que isso
E espero que o medo esse vá pro inferno mesmo
Mas se apegar que seja ou não seja.
"Habitar os porquês"
Acabei de ler um poema de Joana: Para habitar um lugar profundo. E fragmentos dos momentos que passo, me faz compreender profundamente esse “habitar os porquês”. Sinto-me perdido. Um vazio. Os porquês estão me deixando apreensivo. O cruel porque me faz pensar o porquê, em meio das fugas, de te ter encontrado. E quero que seja pra sempre, a metade que eu buscava. Contudo, a dúvida de quem eu deveria ser e com quem deveria estar se foram. No entanto, os porquês que sempre existiram abriram minha mente para que a vida que eu levava era um engano. Acredito agora que está sozinho seria a melhor escolha. Uma vida livre com apenas um compromisso. Mas não será a mesma vida, porque faltará você. E que diferença isso faz? Meus medos. E tudo volta átona. Seria mais fácil saber que você estará sempre lá. Mesmo depois da meia noite, das noitadas, depois do nada. E agora? O que fazer? Por quê? Para quê? Pra onde? Mas não deixarei de habitar os porquês. Neles encontrarei as eternas duvidas e minhas respostas.
domingo, 23 de agosto de 2009
A DANÇA
“Dançava assim… cumpureza d’alma”
E a musica tocava, como se tocasse a alma
E eram dois, mas parecíamos três
E aquela dança que, mas parecia envolver almas,
Conectou-nos em um espaço único
Eles dançavam como se só existisse o som
A perfeição do balanço e a melodia
Faziam seus corpos um só
Uma sincronia quase que divina
Uma beleza pura e quase sexual
Corpos perfeitos
Uma musica que hipnotizava
Um momento inexistente em meios a meros mortais
Mas tudo foi único, puro gozo.
E a musica tocava, como se tocasse a alma
E eram dois, mas parecíamos três
E aquela dança que, mas parecia envolver almas,
Conectou-nos em um espaço único
Eles dançavam como se só existisse o som
A perfeição do balanço e a melodia
Faziam seus corpos um só
Uma sincronia quase que divina
Uma beleza pura e quase sexual
Corpos perfeitos
Uma musica que hipnotizava
Um momento inexistente em meios a meros mortais
Mas tudo foi único, puro gozo.
terça-feira, 18 de agosto de 2009
Dos três mal amados
O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato
O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço
O amor comeu meus cartões de visita, o amor veio e comeu todos os papeis onde eu escrevera meu nome
O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas
O amor comeu metros e metros de gravatas
O amor comeu a medida de meus ternos, o numero dos meus sapatos, o tamanho de meus chapéus
O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos
O amor comeu minha paz e minha guerra, meu dia e minha noite, meu inverno e meu verão
Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte
Cordel de Fogo Encantado
João Cabral de Melo Neto
O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço
O amor comeu meus cartões de visita, o amor veio e comeu todos os papeis onde eu escrevera meu nome
O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas
O amor comeu metros e metros de gravatas
O amor comeu a medida de meus ternos, o numero dos meus sapatos, o tamanho de meus chapéus
O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos
O amor comeu minha paz e minha guerra, meu dia e minha noite, meu inverno e meu verão
Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte
Cordel de Fogo Encantado
João Cabral de Melo Neto
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
“O amor é um raro florescimento, ele unicamente pode florescer
quando não há medo. Se estamos cheios de medo, não existe
espaço em nosso corpo para o amor.” (WARAT, 2004, p.129)
Não fazia idéia, até aquele momento, que eu estava caminhando uma trilha da dependência. Pensava que tudo estava bem. Eu era, até aquele instante, o modelo de marido, trabalhador, o ser social comum.
Mas algo estava acontecendo, algo que é difícil explicar. Vivemos em nossas periferias, como afirma Warat. Então, estamos armados até pra nós mesmos. Cegos da verdade.
Não acreditava em coisas impossíveis de tocar. E tudo isso é realmente estranho, porque até então, a verdade se tornou uma inimiga. E Warat tem razão, quando você se liberta é doloroso. Não que minhas verdades não sejam convictas, ou que sejam pseudo-verdades, mas na realidade é que podemos vivê-la sem as correntes que nos trancam em nossas periferias.
Nesse momento o que arde em você, não é só a descoberta, mas é saber que dentro de você existe uma “reserva selvagem” e que não foi descoberta. E tudo aquilo que você achava que seria amor é apenas a dependência, é a genealogia da moral intitulada e tatuada em você, mas que também é um trasfer, que vai passar de gerações em gerações.
Eu falo em nosso modelo de criação. Não fomos postos à prova e nem se quer ensinados pelo amor. Warat diz que quando “orientados até o medo estamos sempre calculando, planejando, tentado fazer acordos...” (2004, p.129). E nesses acordos percebo o modelo social. Nietzsche fala, também, nessa castração. O medo é a principal arma de dominação.
E o que faço agora? Agora sinto que estou na cruz, dolorosa. Na Bíblia tem uma passagem que diz: “A verdade vos libertará.” Mas para que eu me liberte é preciso a dor, é preciso que eu morra na cruz de minhas incerteza?
Penso, exatamente agora, que você que está lendo esse texto, deve está se perguntado por que eu escrevo isso? Que tipo de loucura eu me pus? Digo que em nada. Mas hoje não vejo sentido em ser um ser igual a todos: calcular, planejar, fazer acordos.
Nesse momento, após minha leitura, percebo mais e mais que o corpo não habita em conjunto com a alma, que pra mim é a reserva selvagem. E quando a alma toma o lugar do corpo ela se torna inconseqüente. Procurar outras estradas, outras reservas selvagens.
É complicado. Mas prometo que tentaria explicar em um outro momento. Agora fica ai o enigma. Espero que quando eu voltar, volte com outras respostas ou com outros questionamentos, ou então que vocês estejam conectadas ao meu pensamento e caminhem comigo nessa busca.
Referências:
NIETZSCHE, F. Genealogia da moral. São Paulo: Cia. das Letras, 1998.
WARAT, Luis Alberto. Territórios desconhecidos: A ciência jurídica e seus dois maridos. Florianópolis: Fundação Boiteux, 2004.
quando não há medo. Se estamos cheios de medo, não existe
espaço em nosso corpo para o amor.” (WARAT, 2004, p.129)
Não fazia idéia, até aquele momento, que eu estava caminhando uma trilha da dependência. Pensava que tudo estava bem. Eu era, até aquele instante, o modelo de marido, trabalhador, o ser social comum.
Mas algo estava acontecendo, algo que é difícil explicar. Vivemos em nossas periferias, como afirma Warat. Então, estamos armados até pra nós mesmos. Cegos da verdade.
Não acreditava em coisas impossíveis de tocar. E tudo isso é realmente estranho, porque até então, a verdade se tornou uma inimiga. E Warat tem razão, quando você se liberta é doloroso. Não que minhas verdades não sejam convictas, ou que sejam pseudo-verdades, mas na realidade é que podemos vivê-la sem as correntes que nos trancam em nossas periferias.
Nesse momento o que arde em você, não é só a descoberta, mas é saber que dentro de você existe uma “reserva selvagem” e que não foi descoberta. E tudo aquilo que você achava que seria amor é apenas a dependência, é a genealogia da moral intitulada e tatuada em você, mas que também é um trasfer, que vai passar de gerações em gerações.
Eu falo em nosso modelo de criação. Não fomos postos à prova e nem se quer ensinados pelo amor. Warat diz que quando “orientados até o medo estamos sempre calculando, planejando, tentado fazer acordos...” (2004, p.129). E nesses acordos percebo o modelo social. Nietzsche fala, também, nessa castração. O medo é a principal arma de dominação.
E o que faço agora? Agora sinto que estou na cruz, dolorosa. Na Bíblia tem uma passagem que diz: “A verdade vos libertará.” Mas para que eu me liberte é preciso a dor, é preciso que eu morra na cruz de minhas incerteza?
Penso, exatamente agora, que você que está lendo esse texto, deve está se perguntado por que eu escrevo isso? Que tipo de loucura eu me pus? Digo que em nada. Mas hoje não vejo sentido em ser um ser igual a todos: calcular, planejar, fazer acordos.
Nesse momento, após minha leitura, percebo mais e mais que o corpo não habita em conjunto com a alma, que pra mim é a reserva selvagem. E quando a alma toma o lugar do corpo ela se torna inconseqüente. Procurar outras estradas, outras reservas selvagens.
É complicado. Mas prometo que tentaria explicar em um outro momento. Agora fica ai o enigma. Espero que quando eu voltar, volte com outras respostas ou com outros questionamentos, ou então que vocês estejam conectadas ao meu pensamento e caminhem comigo nessa busca.
Referências:
NIETZSCHE, F. Genealogia da moral. São Paulo: Cia. das Letras, 1998.
WARAT, Luis Alberto. Territórios desconhecidos: A ciência jurídica e seus dois maridos. Florianópolis: Fundação Boiteux, 2004.
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
Desejos
Beco sem saída, estrada sem volta.
Só sinto a vontade de estar com você,
Inquieto, padeço em desejos incertos.
Perto estou à beira da loucura, querendo pular em você.
Querendo sentir você profundo e intenso,
Deitar você e sugar até o ultimo suspiro.
Fico em voltas com minha seriedade,
Mas bate o irrefreável desejo,
Esse que me põe sobre você em sorrisos misteriosos,
Suspiros cheios de vontade, olhares pedintes.
E finges não perceber que dentro de nós pode explodir
A mesma vontade latente, crescente, mestiça
A mesma vontade insasiável, cruel e inesgotável
E não sei mas de mim.
Só sei do gosto dominante
Da boca crua, nua e linda
Das pernas que me predem
Uma vontade de ser feliz
Uma vontade de ser presente
Como um menino, um libertino
Só sinto a vontade de estar com você,
Inquieto, padeço em desejos incertos.
Perto estou à beira da loucura, querendo pular em você.
Querendo sentir você profundo e intenso,
Deitar você e sugar até o ultimo suspiro.
Fico em voltas com minha seriedade,
Mas bate o irrefreável desejo,
Esse que me põe sobre você em sorrisos misteriosos,
Suspiros cheios de vontade, olhares pedintes.
E finges não perceber que dentro de nós pode explodir
A mesma vontade latente, crescente, mestiça
A mesma vontade insasiável, cruel e inesgotável
E não sei mas de mim.
Só sei do gosto dominante
Da boca crua, nua e linda
Das pernas que me predem
Uma vontade de ser feliz
Uma vontade de ser presente
Como um menino, um libertino
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
Som e fúria
Parado no silencio ouço o batuque
Sinto o brilho em meio a escuridão
Com mais fúria explode do som um calor
E como um cordão de fogo, sinto o encanto
Sinto o brilho em meio a escuridão
Com mais fúria explode do som um calor
E como um cordão de fogo, sinto o encanto
A música domina meu ser
E como um corpo, se entrelaça sobre mim
Beija minha boca e não deixa meu corpo parar
E por um minuto fico anestesiado em meio à bobeira
E com um novo choque as batidas se tornam mais fortes
E agora sinto que somos um
Um som que pulsa, um fogo que queima
Um desejo descontrolado
E sinto que agora pulso no ritmo do tambor
Navego, entro e saiu entre a língua que canta
E sinto o toque das cordas que nos conectam
E agora não sou apenas um, sou musica
E sinto o toque das cordas que nos conectam
E agora não sou apenas um, sou musica
Musica que treme descompassada
Batidas que se aceleram e vibram
Seguindo o compasso de um vai e vem
Desenfreado mas ao mesmo tempo rítmico
Seguindo a intensidade que para ao sopro do êxtase final
Batidas que se aceleram e vibram
Seguindo o compasso de um vai e vem
Desenfreado mas ao mesmo tempo rítmico
Seguindo a intensidade que para ao sopro do êxtase final
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